São Paulo – No dia em que a greve dos bancários atingiu o maior pico de
paralisação do movimento nos últimos anos – mais de 42 mil trabalhadores
– a federação dos bancos apresentou nova proposta ao Comando Nacional
da categoria.
Como reivindicavam os bancários, a proposta apresentada nessa sexta-feira 14 (
veja abaixo tabela sobre a proposta) traz
aumento real de salário, PLR maior e valorização do piso. Além disso,
os bancos deverão acabar com o transporte de numerário por bancários,
por questões de segurança, e com a publicação do ranking individual de
metas, responsável por humilhações de assédio moral em muitos locais de
trabalho.
> Proposta tem novas
cláusulas sociais
“O
Comando está indicando a aprovação após um longo processo de negociação
em que conseguimos avançar em questões que são fundamentais para os
bancários”, afirma a presidenta do Sindicato, Juvandia Moreira,
lembrando que está garantido também aos trabalhadores o não desconto dos
dias parados. “Sempre dissemos que não admitiríamos represálias.”
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Assembleias serão realizadas às 18h desta segunda-feira
Aumento real – Em
negociação que tomou todo essa sexta-feira 14, os banqueiros ofereceram
reajuste salarial de 9%, que representa aumento real de 1,5%. “A luta
dos bancários arranca aumento real de salário pelo oitavo ano
consecutivo”, destaca Juvandia. “A média de aumento real dos 418 acordos
fechados por diversas outras categorias no primeiro semestre foi de
1,35%.” Os 9% também reajustarão vales alimentação e refeição, auxílio
creche/babá e demais verbas salariais.
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Reajuste de 9% em salários e verbas
PLR maior – A
regra básica da Participação nos Lucros e Resultados será de 90% do
salário mais valor fixo de R$ 1.400. Assim, essa parte fixa, que em 2010
foi de R$ 1.100,80, será reajustada em 27,18%.
A regra
determina, ainda, que devem ser distribuídos no mínimo 5% do lucro
líquido. Se isso não acontecer, os valores de PLR devem ser aumentados
até chegar a 2,2 salários com teto de R$ 17.220,04.
Aumento na PLR adicional – Pela
proposta, o teto do valor da PLR adicional – que distribui 2% do lucro
líquido – passará de R$ 2.400 para R$ 2.800, o que significa aumento de
16,66% em relação ao que foi pago em 2010.
“Com os aumentos na
parte fixa da regra básica e no teto do adicional, os bancários avançam
na participação maior no lucro dos bancos, um dos principais objetivos
da nossa mobilização”, salienta a presidenta do Sindicato.
Antecipação – Caso
a proposta seja aprovada, em até dez dias após a assinatura do acordo,
os bancários recebem a antecipação da regra básica de 54% do salário já
reajustado acrescido do valor fixo de R$ 840,00, limitado ao valor
individual de R$ 4.696,37. A antecipação da parcela adicional será paga
de acordo com o equivalente a 2% do lucro líquido do primeiro semestre
de 2011 dividido igualmente entre os funcionários até o limite
individual de R$ 1.400. A antecipação da parcela adicional não será
compensável de planos próprios.
> Fixo da
PLR sobe 27% e teto do adicional 16,6%
Piso – O reajuste proposto para o piso foi de 12%,
aumento real de 4,30%. No caso do escriturário, passa de R$ 1.250 para
R$ 1.400. “Pelo segundo ano consecutivo conseguimos arrancar na luta a
valorização para o piso da categoria, acima do aumento real conquistado
para os salários. Isso é muito importante para avançarmos rumo à redução
das desigualdades dentro dos bancos.”
>
Piso sobe 12% e chega a R$ 1.400
Dias parados – O
Comando Nacional dos Bancários também garantiu, junto à federação dos
bancos, que não será descontado nenhum dia dos trabalhadores em greve.
Pela proposta da Fenaban, haverá compensação desses dias no máximo até
15 de dezembro. O que não for compensado até essa data, será anistiado.
“Durante
toda a sexta-feira a negociação ficou travada porque os bancos queriam
descontar os dias. Com a resistência do Comando, horas depois a Fenaban
propôs compensação até junho de 2012, o que também foi veementemente
rejeitado. Deixamos claro que não aceitaríamos represálias ao direito de
greve e somente ao final da noite ela veio com a proposta final.”
Até o fechamento desta edição, a assembleia dos bancários de Curitiba havia aceitado a proposta e encerrado a greve.